

A exposição traz de novo à luz do dia um trabalho realizado por Alexandre Nobre (Lubango – Angola 1964), em 2007 no enquadramento que o autor há anos vem produzindo sobre o tema da música e dos músicos, acompanhando o dia a dia das tournées, e dos concertos de bandas como os “Peste & Sida”, “A Naifa”, e “Megafone”. O conjunto de fotografias agora apresentado é o resultado de uma ideia antiga do autor. Um cenário real, tendo por conceito um personagem e uma ideia musical. Na altura, a ocasião propiciou o ato. João Aguardela (Lisboa, 1969 – 2009), o músico amigo , vestiu o personagem e o enredo tomou corpo. Uma casa ao abandono, ainda com os vestígios vivos de quem nela habitou, um encontro casual ao final de uma tarde, e o momento fica para todo o sempre, firmado pela objetiva da camara fotográfica, para memórias futuras. “O particular absoluto, a tyche, a ocasião, o encontro, o real, na sua infatigável expressão”, como refere Barthes, quando aponta a fotografia enquanto objecto capaz de repetir mecanicamente até ao infinito, aquilo que nunca mais se repetirá existencialmente; ficam intocáveis, e a cena, eternamente congelada sobre uma folha de papel.
Texto de Paulo Moreira | 2012
2 junho . 30 agosto 2012
alexandre nobre | fotografia
gerinaldo












