

'Love letters from Mr. F.' é o novo capítulo da demanda libertária a que a obra de Paulo Moreira há muito nos habituou. Algures entre a esfera íntima, pertença do indivíduo, e a social, ferozmente reivindicada, os trabalhos aqui reunidos não aspiram apenas o absoluto, esse território incorpóreo para o qual tudo converge.
Eles são o absoluto, na medida em que se apropriam da lógica do real, assimilam os seus contornos e, por fim, contaminam-no, ao exporem as suas contradições e incongruências. Tal como Beuys, Paulo Moreira concebe a arte como a ciência da liberdade. Não como um fim de si mesmo, mas antes como uma procura incessante que corresponde ao desejo de reencontro da essência perdida. A inutilidade dessa procura, porque fadada ao insucesso logo à partida, apenas reforça a sua utilidade.
(...) Uma única certeza percorre a exposição: ninguém está a salvo de si mesmo.
Texto de Sérgio Almeida (excerto) | 2013
27 abril . 25 maio 2013
paulo moreira | desenho
love letters from mr. f














